Cases de fracasso no Fla-Flu pós-libertadores servem de exemplo aos técnicos que atuam no futebol brasileiro (como Artur Jorge)

Feliz ano novo, amigos.

Nenhum profissional se sente bem num ambiente que pode ser demitido a qualquer momento, que dependa de êxito imediato para a continuidade no emprego, mesmo após grandes resultados.

Artur Jorge está num momento ímpar da carreira e, talvez, seja o técnico mais importante da história do Botafogo. Só que, na hora que surge um clube do CATAR — que não é "o que joga o CR7" —, de uma liga muito inferior, agindo como os demais técnicos que atuam por aqui, ele aceitou.

Se o Brasil oferecer maior prospecção na carreira e estabilidade no cargo, como o Palmeiras proporciona e proporcionou ao Abel (uma grande exceção), talvez os técnicos nem cogitariam trocar Brasil por Catar.

O fracasso em promover a descontinuidade do ex-técnico do Flamengo, Dorival Jr., após este conquistar a libertadores. O mesmo fracasso no Fluminense, após a conquista inédita da libertadores, demitindo no ano seguinte Fernando Diniz.

Esses cases de pós-conquista da libertadores servem de lição para todos os treinadores: podem até ganhar o título mais importante do clube num ano (como no Fluminense), no seguinte será cobrado da mesma maneira que um técnico recém contratado.

Isso também vale para jogadores e outros profissionais esportivos.

É por essas e outras que o futebol brasileiro não compete com as 3 principais ligas europeias em termos de atratividade.

Pelo fato dos treinadores serem demitidos em pouco tempo, inexistem conceitos de tática no Brasil, que também não atrai jogadores mais táticos. Consequentemente, ao assistir uma partida de UCL em alto nível numa quarta-feira 16h00, e um jogo de brasileirão nesse mesmo dia 21h30, parecem esportes distintos.